Em trânsito pelos caminhos terrestres, a cada dia tua capacidade de observação se aprimora, oferecendo aos teus raciocínios largo material de observação.
Parece, ao teu olhar, que a Humanidade desandou, apesar de tanta cultura.
A agressividade campeia desenfreada, como incontrolável animal em campina sem fim.
Escasseia a paz, fazendo com que os homens se armem, uns contra os outros.
O discurso parece distante da prática.
Diante de alguns dias de sol abundante, seguem-se horas intermináveis de nuvens escuras, despejando sobre os lares aguaceiro devastador.
Imaginas que a segurança para teu lar pode ser uma grade forte, fios eletrificados e monitoramento dos passos alheios.
Dessa maneira, deixas entender que todo mundo é suspeito, até prova em contrário.
Tens a impressão de que a cultura avançou sobre as rodas de um veículo ligeiro, enquanto a ética anda muito longe, caminhando lentamente ao lado de uma montaria cansada.
Tantos livros, bibliotecas e incontáveis analfabetos!
Campos fartos e fome nas metrópoles.
Lojas abarrotadas de artigos de vestuário e cada dia tens notado mais corpos desnudos.
A medicina proclama seus avanços admiráveis e milhares tombam sob o contágio de enfermidades cruéis.
Tantos templos religiosos e a descrença reinando solta nas consciências.
Discursos espiritualistas e condutas materialistas.
Cartas e leis admiráveis em torno dos direitos humanos e, por toda parte, a indiferença, o abuso e a invasão desses direitos, fazendo do outro simples estatística.
Homens e mulheres andando na praça com seus animais de estimação, enquanto seus genitores estão em abrigos da terceira idade, mergulhados na dolorosa saudade dos afetos.
Fala-se em luz, em claridade abundante, em ruas iluminadas pelos néons e leds de alta tecnologia.
No entanto, muitos transeuntes estão em densas sombras íntimas.
O riso no palco e o choro convulsivo na coxia.
A gargalhada estridente no cinema ou no show da celebridade.
Logo após, a agonia íntima, arrastando o ser para o paroxismo das emoções em desgoverno.
Ou muito agito ou muita paralisia.
Som muito alto.
A conversa ao celular é quase aos gritos.
* * *
Quem realmente és tu?
E te perguntas: Ainda cabe Jesus no coração da criatura humana?
Qual o resultado de dois mil anos de Cristianismo?
Buscas, então, refúgio numa pequena porção de natureza, um lugar à parte desse burburinho quase enlouquecedor e tentas obter alguns momentos de silêncio, refazendo teu inquieto mundo interior.
Ora.
Silencia.
Medita.
Recorda o Divino Amigo, em ouvindo novamente a severa advertência: No mundo, tereis aflições!
Ele também atravessou um tempo parecido com esse, em proporção numérica menor.
Contudo, as agonias eram as mesmas, as buscas, as ilusões.
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Adestra tua paciência.
Acalma teus raciocínios.
Testa tua resiliência.
Se chegaste até aqui, com Jesus podes ir um pouco mais adiante.
Confia.
Trabalha, ama e segue.
Redação do Momento Espírita, com base em mensagem
do Espírito Marta, psicografia de Marcel Mariano,
em Salvador, Bahia, em 19.
5.
2024.
Em 3.
9.
2024