A serpente e o vaga-lume – Redação do Momento Espírita 5/5 (1)

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Conta uma lenda que uma serpente começou a perseguir um vaga-lume.

Ele fugiu rápido, com medo da feroz predadora.
A serpente nem pensou em desistir.

O inseto fugiu um dia.
Ela não desistiu.
Dois dias.
E ela continuou a persegui-lo.

No terceiro dia, sem forças, o vaga-lume parou e disse à perseguidora:

Posso te fazer três perguntas?

A serpente ficou surpresa com a ousadia de quem ela pretendia devorar.
Entretanto, respondeu:

Não costumo abrir esse precedente para ninguém.
Mas como vou te devorar mesmo, pode perguntar.
.
.

Pertenço à tua cadeia alimentar?

Claro que não.
Esclareceu de imediato, a cobra.

Eu pratiquei algum mal contra ti? Tornou a indagar o vaga-lume.

Não.
Disse ela.

Então, por que você quer acabar comigo?

A cobra deu um suspiro e esclareceu:

Porque eu não suporto te ver brilhar.
.
.

* * *

A cada passo, na estrada humana, encontramos a sombra da inveja.
Raramente a pessoa admite que é invejosa, embora se torture intimamente por causa desse mal.

O invejoso se sente arder por dentro cada vez que se vê impossibilitado de ter o que os outros têm, de fazer como os outros fazem ou de ser como os outros são.

O mais lamentável é que, por não conseguir ou não desejar se esforçar para chegar aonde o outro chegou, tudo faz para derrubá-lo.

É comum que monte calúnias, divulgue mentiras, espalhe malquerenças.

Tudo como se desejasse se vingar daquele cujo grande erro está em se sobressair em inteligência, em ações, em haveres materiais.

A inveja é essa força perturbadora que enceguece o invejoso.

Tanto que ele não se apercebe de que se lutasse como os outros lutam, se trabalhasse como os outros trabalham, se estudasse como os outros estudam, por certo poderia conquistar o que é objeto da sua inveja.

* * *

Se nos afirmamos cristãos e desejamos nos aproximar do supremo bem, abandonemos a inveja que somente envenena as vidas humanas.

Afastemo-nos dessa agonia que a inveja impõe.

Aprendamos a comentar positivamente os bons feitos das pessoas.

Cumprimentemos com honestidade os que se apresentam com qualquer virtude que ainda não conquistamos.

Imitemos os bons exemplos e as providências felizes.

Pensemos que ninguém é igual a ninguém.
Cada qual é portador de possibilidades e conquistas diferentes.

E que muitos e diversos são os desfechos nos caminhos humanos.

Uns utilizam as mãos para acariciar e extrair melodias do teclado.
Outros as utilizam para erradicar enfermidades, através de complicadas cirurgias.

Uns brilham na oratória.
Outros se servem da palavra para o consolo e a esperança.

Uns escrevem leis, outros compõem poemas.

Alguns olham para o céu e descobrem a maravilha do universo sempre em expansão.

Outros se detêm a explorar a intimidade dos mares, descobrindo a riqueza da vida que se renova, constantemente.

Há diplomatas hábeis para as relações internacionais.

Também portas adentro dos lares, criaturas valorosas estabelecendo pontes de paz, para a harmonia doméstica de todos os dias.

Aprendamos a viver contentes em toda e qualquer situação.

Redação do Momento Espírita, com base no texto A

serpente e o vaga-lume, de autor desconhecido e no

cap.
26 do livro Para uso diário, do Espírito Joanes,

psicografia de Raul Teixeira, ed.
Fráter.

Em 18.
11.
2023.

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