NÃO VOS INQUIETEIS PELO DIA DE AMANHÃ – Rodolfo Calligaris – O Sermão da Montanha 5/5 (2)

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“Não vos inquieteis pelo dia de amanhã, porque o dia de

amanhã a si mesmo trará seu cuidado.
Basta a cada dia a sua

própria aflição.
” (Mateus, 6:34.
)

Ressalta à observação comum que os homens nunca viveram

tão inquietos e amedrontados como na atualidade.
Haja vista a

quantidade fabulosa de drogas “tranquilizantes” que consomem.

Parece terem perdido completamente as esperanças de um

futuro melhor, que algo terrível, qual espada de Dâmocles, lhes

ameaça os destinos, e daí a angústia ou o desespero com que

encaram “o dia de amanhã”.

Alguns tentam dissimular esse estado de ânimo, procurando

ganhar fortuna, de qualquer maneira, por ser o dinheiro o “abrete,

Sésamo” do prestígio social, por ensejar-lhes a satisfação de

toda a sorte de prazeres, permitindo-lhes, enfim, “gozar a vida”,

antes que o mundo se acabe.
.
.

Ao impacto dos desenganos, ou por via da saciedade, tais

quimeras, entretanto, logo se desfazem, quais bolhas de sabão, e,

desiludidos, frustrados, reconhecem afinal que nunca houve,

realmente, nem paz nem alegria em seus corações.

Quais as causas de a Humanidade haver chegado a tão

deplorável desequilíbrio psíquico?

A nosso ver, a causa é uma só: a falta de Fé!

Não dessas “fezinhas” denominacionais, estreitas, sectárias,

que superabundam por aí, mas da fé mesmo, sem qualquer

adjetivação, significando “confiança absoluta em Deus”.

Sim, o que está faltando à Humanidade, para que ela se

tranquilize e seja relativamente feliz, tanto quanto o permitam as

condições deste mundo de expiações e de provas, é, pura e

simplesmente — fé em Deus.

Possuíssem os homens essa preciosa virtude, estivessem

plenamente convictos da solicitude do Pai celestial para com todas

as suas criaturas, e outra seria a maneira de reagirem à frente das

vicissitudes da existência.

Compreenderiam que, sendo Deus a expressão máxima do

Amor, só deseja o nosso bem, a nossa felicidade; assim, não

desampara ninguém e sempre encontra meios de prover-nos do

“pão de cada dia”.
Mas, como é também a Justiça perfeita, deixa

que sintamos as consequências de nossos erros, para que os

procuremos evitar, assim como permite que soframos o choque de

retorno de nossas maldades, para que aprendamos a “não fazer

aos outros aquilo que não queremos que nos façam”.

Lembrados do que dizem as Escrituras: “Nenhum passarinho

cairá por terra sem a vontade do Pai e até mesmo os cabelos de

vossa cabeça estão todos contados” (Mateus, 10:29 e 30), [os

homens] conheceriam que tudo obedece aos soberanos desígnios

de Deus.

Suportariam, então, pacientemente, toda e qualquer situação

penosa que não pudessem remover, por sabê-la justo resgate de

faltas pretéritas, quando não uma experiência útil e necessária à

lapidação de suas almas, condição indispensável a que se

aproximem do Criador, tornando-se partícipes de sua glória.

Coragem, pois.

Não nos deixemos vencer pelo desânimo, pelo pessimismo,

pela descrença.
Por maiores que sejam os nossos padecimentos no

dia de hoje, lembremo-nos de que “amanhã será outro dia” e bem

pode ser que Deus, em sua misericórdia, lhes ponha fim.

Por outro lado, alijemos de nossa mente e de nosso coração

pensamentos funestos, apreensões e temores, porquanto muitas e

muitas vezes nos atormentamos à toa, por coisas que nunca

chegam a realizar-se.

“Basta a cada dia a sua própria aflição.

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