Apenas um sorriso – Redação do Momento Espírita 5/5 (1)

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Tudo aconteceu na feira livre da cidade, onde eram disponibilizadas frutas, legumes, especiarias, grãos e produtos coloniais.

As barracas se alinhavam umas ao lado das outras e o movimento era intenso.
Algumas pessoas se concentravam naquelas que ofertavam pastéis ou pequenos lanches para consumo local.

Entre tantas pessoas, de repente, uma senhora se pôs a chorar.
E o fez em tão altos brados, quase a gritar, que atraiu a atenção de muitos, que a rodearam.

Sua bolsa estava aberta e o dinheiro para as compras sumira.
Entre lágrimas, ela explicou que trabalhava em casa de uma família, nas proximidades.
Viera para as compras, conforme o fazia semanalmente.

Não sabia se fora roubada ou se fora descuidada e o dinheiro caíra da bolsa, que descobrira aberta.

Lamentava-se, sem parar, porque dizia que jamais seus patrões acreditariam que ela perdera o que lhe fora dado para adquirir as provisões para a família.

Então, um garotinho se aproximou e mostrou um rolo de notas.

Aqui está o seu dinheiro.
Achei no chão, ali atrás.
– Falou ele.

Era um menino, desses que costumamos ver nas ruas.
E os olhares que se voltaram para ele, variavam da acusação de furto à incredulidade do achado.

Fosse como fosse, a senhora secou as lágrimas, tomou as notas nas mãos e disse, agradecida:

Salvou meu dia e meu emprego, garoto.
Sinto muito não poder lhe dar uma gratificação porque nenhum centavo desse valor me pertence.

Não precisa, foi a resposta espontânea do menino, nem um pouco incomodado com os olhares desconfiados, que continuavam sobre ele.

E completou: A senhora já me agradeceu.
Está sorrindo.

Em seguida, rapidamente, da mesma forma que surgira, desapareceu entre as barracas e as pessoas.

* * *

A preciosidade de um sorriso.
Para um menino simples, essa gratificação lhe encheu a alma.

Para cada um de nós, quanto pode significar um sorriso?

Quando nos encontramos constrangidos ante um equívoco cometido, e percebemos que alguém nos sorri, sentimo-nos amparados.

É como se aquela pessoa, mesmo não estando próxima, esteja a nos dizer: Não se preocupe.
Todos nos equivocamos, vez ou outra.

Ou talvez queira dizer: Tenha calma.
Ninguém nem percebeu seu pequeno ato falho.

Um sorriso.

Quando desembarcamos no aeroporto ou na rodoviária, é acolhedor descobrirmos um rosto amigo que se destaca na multidão e nos sorria.

Sentimo-nos, de imediato, bem-vindos e seguros.

Um sorriso.
Quebra o gelo da antipatia, rompe o silêncio do constrangimento.

Pode significar um perdão, um acolhimento.

Uma comemoração, um triunfo.
Um momento inigualável de alegria.

Permitamo-nos sorrir mais.
Ofertemos nosso sorriso, a cada manhã, quando nos despedimos para ir à escola, ao trabalho.

Ofertemos nosso sorriso a quem retorna ao lar, depois do dia exaustivo.

A quem está no leito, enfermo.
A quem nos aguarda a visita, para preencher sua solidão.

Um sorriso.
Um pouco mais de uma dúzia de músculos acionados para essa gentileza.

E os benefícios se refletem em nós, para nós e para quem nos esteja próximo.

Não nos cansemos de sorrir.

Redação do Momento Espírita

Em 21.
10.
2022

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