Divaldo e Telêmaco – Pedro Fagundes Azevedo 3/5 (2)

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Pedro Fagundes Azevedo, ex-presidente e atual conselheiro da Legião Espírita de Porto Alegre Contribuição de Pedro

Certa vez, aproveitando uma viagem de Divaldo Franco aos Estados Unidos, um amigo incumbiu-lhe a entrega de uma encomenda em Nova York. Era preciso ir de metrô, pois o endereço era longe e não havia maiores indicações, o que provocou vários contratempos para o médium. Ele já estava por desistir, enviando o pacote pelo Correio, quando lhe apareceu um espírito que disse chamar-se Telêmaco e que era muito amigo do destinatário. Ele pediu a Divaldo que fosse levar pessoalmente a encomenda, pois precisava manter um contato mediúnico com essa pessoa.

Hesitante, porque desconhecida tudo em Nova York, o médium acabou atendendo ao pedido devido a insistência do espírito, que se dispunha a acompanhá-lo no metrô e depois, no ônibus, até o endereço certo. No dia imediato, juntamente com Telêmaco e Marcelo Gama, outro espírito amigo particular do médium, Divaldo fez uma viagem de 40 minutos no metrô nova-iorquino. Quando finalmente chegaram a determinada estação, os dois espíritos o guiaram a saltar e tomar um ônibus que ali perto fazia ponto. Esse coletivo rodou por algumas quadras até que parou num local onde os amigos espirituais desceram juntos com Divaldo. Sob forte chuva, o grupo acabou encontrando o endereço certo. Ao tocar a campanha, uma agradável surpresa: a placa da porta indicava ser a residência de J. Beltran y Beltran, exatamente o nome anotado na encomenda.

Atendeu uma senhora, a quem Divaldo perguntou se poderia falar em portunhol, pois era brasileiro e fora encarregado de lhe entregar o pacote, agora já um tanto respingado pela chuva. Ela sorriu, disse que também era brasileira, porém casada com um colombiano. E como a chuva continuasse a cair ainda mais forte, convidou Divaldo a entrar, perguntando então como acertara com a casa debaixo de todo aquele aguaceiro. Divaldo explicou-lhe que era médium e que lhe havia aparecido o espírito de Telêmaco, pedindo que o acompanhasse até lá. A senhora ficou muito surpresa com esse detalhe e telefonou para o seu marido que trabalhava na Sidney Ross. O Dr.Beltran, que é engenheiro químico, pediu então que Divaldo o aguardasse pois interromperia seu trabalho para estar com ele imediatamente.

Ao chegar, comovido, contou que ele e Telêmaco tinham vivido no Brasil, morando no Rio e trabalhando em São Paulo. Numa dessas viagens, Telêmaco foi vítima de trágico acidente automobilístico,perto de Itatiaia. Seu corpo ficou completamente carbonizado e não conseguiram identificá-lo. Encontram, porém, alguns documentos e livros espíritas, com o endereço de Beltran que foi chamado e incumbido de transmitir a triste noticia a mãe do colega morto. Como ambos eram espíritas, tinham feito o trato de quem morresse primeiro voltaria para confirmar ao outro a continuidade da vida. Como nunca mais teve noticias do plano espiritual, já começava a nutrir certas desconfianças. Ocorrendo agora a visita de uma pessoa estranha, sem qualquer aviso prévio, com informações sobre Telêmaco as dúvidas se dissipavam.

Este fato verídico nos foi contado há cerca de cinquenta anos por Divaldo Franco, que quando vinha a Porto Alegre ficava hospedado nas casa de meus tios, Alberto e Dinah Fagundes Rocha, no bairro Partenon. Ocorreram aí as mais interessantes tertúlias de minha vida.

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