GUARDAR OS MANDAMENTOS DE DEUS – Rodolfo Calligaris – O Sermão da Montanha

Our Score
Click to rate this post!
[Total: 0 Average: 0]
Download PDF

“Qualquer, pois, que violar um destes mínimos mandamentos

e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no Reino dos

Céus; mas, o que os guardar e ensinar a guardá-los, esse será

reputado grande no Reino dos Céus.
” (Mateus, 5:19.
)

Mandamentos são os princípios éticos transmitidos por Deus

aos homens de todos os tempos, por meio de emissários chamados

profetas.
Foram sintetizados no Decálogo, o qual Jesus não veio

derrogar, mas sim aperfeiçoar.

Efetivamente, no Sermão da Montanha, várias vezes, após usar

a expressão “ouvistes o que foi dito aos antigos”, o Mestre

acrescentava: “eu, porém, vos digo”, e entrava a expor novos

preceitos, novas normas de conduta, de molde a conduzir-nos a

uma justiça mais perfeita, assim como ao exercício da

misericórdia e da fraternidade universal, sentimentos esses quase

desconhecidos até então.

É que, trabalhados pelas existências sucessivas, estávamos já

em condições de, a par da observância das regras proibitivas do

Decálogo (não adorar imagens, não pronunciar o nome do Senhor

em vão, não matar, não cometer adultério, não roubar, não

testemunhar falso, não desejar a mulher do próximo, não cobiçar

as coisas alheias etc.
), iniciarmos uma fase mais elevada de

aprendizado, qual seja a de “amar o próximo como a nós mesmos”

e “fazer aos outros o que quereríamos que os outros nos

fizessem”.

Respeitar, pois, esses mandamentos e explicá-los à

Humanidade, para que todos saibam conduzir-se com acerto,

fazendo aos outros somente o Bem (tal como o desejam para si

mesmos), a fim de que a Terra venha a ser um mundo feliz e não

este “vale de lágrimas” onde as dores e as aflições sobrelevam as

alegrias, constitui dever de quantos tenham perlustrado as páginas

sublimes do Evangelho.

Lamentavelmente, porém, apesar de contarmos quase vinte

séculos de “cristianismo”, a lídima moral cristã continua ignorada

(e por isso descumprida), substituída que foi por uma série de

teorias esdrúxulas, confusas e contraditórias, engendradas pela

Teologia, teorias que só têm lançado a confusão entre os homens,

obstando a que se aproximem, se estimem e se estendam as mãos.

E o pior disso tudo é que, contrariando frontalmente a

recomendação do Cristo, no texto em epígrafe, muitas igrejas que

se acreditam assistidas pelo Espírito Santo, além de se omitirem

no trabalho de edificação da Humanidade, acenam-lhe com a

salvação exclusivamente pela adesão a esta ou àquela regra de fé,

ou pela simples submissão a determinados sacramentos, chegando

algumas ao cúmulo de ensinar que as boas obras, ou seja, o

espírito de serviço, pregado e exemplificado por Jesus, nada

valem ou são de somenos importância aos olhos de Deus!

Com tais doutrinas, essas igrejas, evidentemente, longe de

contribuírem para que os homens busquem aprimorar seu caráter,

num esforço diuturno por desvencilhar-se de suas fraquezas e

inferioridades, levam-nos a uma completa acomodação com as

misérias deste mundo, tornando-os indiferentes aos ideais

superiores pelos quais devem viver quantos almejem a glória de

ser cristãos.

Com efeito, se no campo da Física é preciso o emprego da força

para vencer a inércia, como há de a Humanidade sair do marasmo

espiritual em que se encontra, sem um forte estímulo para o bem,

sem que a façam ciente e consciente de sua responsabilidade

pessoal e que “a cada um será dado segundo as próprias obras”?

Meditemos seriamente sobre isso, porquanto, qual seja nossa

maneira de proceder e de orientar nossos irmãos no tocante ao

necessário cumprimento da Lei, tal será nossa sorte nos planos da

espiritualidade.

Loading