– É que o homem a negligencia, é ingrato, e no entanto é ela uma excelente mãe. Freqüentemente ele ainda acusa a Natureza pelas conseqüências da sua imperícia ou da sua imprevidência. A Terra produziria sempre o necessário se o homem soubesse contentar-se. Se ela não supre a todas as necessidades é porque o homem emprega no supérfluo o que se destina ao necessário. Vede como o árabe no deserto encontra sempre do que viver, porque não cria necessidades fictícias. Mas quando metade dos produtos é desperdiçada na satisfação de fantasias, deve o homem se admirar de nada encontrar no dia seguinte e tem razão de se lastimar por se achar desprevenido quando chega o tempo de escassez? Na verdade eu vos digo que não é a Natureza a imprevidente, é o homem que não sabe regular-se.